domingo, 14 de dezembro de 2008

A festa que ainda resta

Já eram duas e meia da manhã quando cheguei. Tinha ligado pra um amigo que me garantiu, vem, vem que tá bacana.
Uma galega ultra tatuada com piercings nos sete buracos da cabeça e um japonês artificialmente ruivo dançavam enlouquecidamente e bloqueavam a entrada principal da pista de dança.
A música devia estar pelos 110 decibéis, com grave de menos e médio demais. Dois barbudos comandavam as pick ups. Acho que era house, ou deep house, ou eletro-rock, sei lá. Só sei que a turminha ia à loucura e batia cabeça, tronco e membros no ritmo reto a trocentos BPM.
Duas meninas se beijavam em frente ao palco, ora vorazes, ora lânguidas e românticas.
Três rapazes de bigode e chapeuzinho atravessavam a pista pra lá e pra cá.
E foi assim. Chovia na volta pra Lagoa. O relógio do posto de gasolina marcava três e dez e eu comemorava em silêncio ter meia pizza me esperando na geladeira.

Um comentário:

Anônimo disse...

"penso logo hesito" é, sem dúvida alguma, meu tag favorito! Você é ge-ni-al Caio Cezar!