sexta-feira, 23 de setembro de 2005

Formalidade paulistana

São Paulo é a mais formal e modernosa das cidades em que morei. Aqui, se o cabra quiser se dar bem, tem que colocar uma roupinha tchuns, ir nos lugares 'certos', gastar quinzão só com o manobrista e já ter morado na Europa ou Istêits. Eu que já viajei pro Paraguai só pra tomar cerveja de um litro e só uso tenizinho furreca, fico me sentindo meio só em lugares lotados de gente tããão inteligente.
Aqui a divisão de classes sociais é bem mais nítida. O povo não se mistura muito: quem tem grana vai alí, os playboys do itaim vão acolá, os neo-hippies noutro canto, os pobres do samba rock, os ricos do samba rock, a turma do techno, cada macaco no seu galho. Saudades da minha aldeia, onde o negócio era dar risada: jornalista, garçom, manobrista, traficante, patricinha, caretão,bebum, artista plástico, escritor, balconista, viciado, comerciário, empresário, homens, gays e mulheres, todos reunidos em volta de várias garrafas desopilando o fígado. E pra piorar, geralmente olhando a linha do horizonte na Lagoa da Conceição.